segunda-feira, 21 de julho de 2014

Morre um pedaço da arbitragem brasileira


Morre um pedaço da memória viva da arbitragem brasileira com o falecimento do nosso admirável Armando Marques. A recente debilidade de sua saúde já nos preparava para a tal notícia. Parece, portanto, normal, mas nunca estamos preparados. O fim da vida, o túmulo, nos tornam iguais. Não vale a riqueza, a beleza, os títulos, nada! Mas vale o que fomos e o que representamos para as pessoas que nos rodeiam e amamos.

Citou-se muito na mídia que o Sr.Armando ou Dom Armando foi amado e odiado no mundo do futebol. Mas para a arbitragem foi um verdadeiro ídolo. E, mais, ainda para aqueles que puderam conviver com ele, mesmo que por algumas horas, momentos, a sua presença era inspiradora. Sua palavras, conceitos, experiências, superavam graciosamente a sua impaciência.

Quem não se lembra da frase polêmica: "tem coisa que a gente vê e tem coisa que a gente não vê!". Usada negativamente pelos seus inimigos e desconhecedores da arbitragem para denegrir sua imagem. Mas os conhecedores da arbitragem, sabem que seu contexto na palestra era outro. O de alertar aos árbitros sobre o preciosismo demasiado, de procurar valorizar acontecimentos desnecessariamente, para "aparecer" na partida...o que é um grande erro do árbitro. Eu mesmo tenho uma experiência ilustrativa como árbitro assistente: que ao assinalar a infração do goleiro ao repor a bola em jogo, teria ultrapassado a linha da área de penalti com as mãos, ou seja, alguns centímetros. Final da história: só eu vi! Televisão, torcidas, oficiais do jogo...ninguém viu! PUTZ!!! Que gafe não é mesmo!?

Que todos os jovens árbitros possam sonhar em um dia ser um "Armando"! Atuar com precisão; sem medo de decidir; se expor; comandar com firmeza e elegância; determinar o trabalho da equipe; estudar e discutir as regras em alto nível. E, no fim, ter história para contar e ser um exemplo de profissional.


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