sábado, 22 de novembro de 2014

Morre árbitro assistente adicional!


Os dirigentes da arbitragem brasileira divulgaram que para 2015 será extinta a função de árbitro assistente adicional. Atestando, portanto, que perdeu-se tempo e muito dinheiro com essa iniciativa. Sem contar o enorme desgaste com a imprensa e desportistas em geral.

Realmente a pressão estava muito grande para chegarmos a essa medida. Dentre as diversas ocorrências negativas, destaquei o acontecido na partida São Paulo 1 x 1 Internacional, do dia 12/11/2014. Por ser mais recente e um episódio para aprendermos. Escala:


Veja o lance: https://www.youtube.com/watch?v=4-E_w-zI95E


Vendo esse equívoco, qualquer um, tem todo o direito de criticar severamente a arbitragem e pedir o fim dos adicionais. Muitas pessoas me abordaram e tive de colocar minha viola no saco...momentaneamente é claro! Por esse episódio o árbitro, o assistente 1 e o adicional 2 estão na "geladeira".

Agora vamos aos fatos visíveis, que me dão o direito de analisar, lembrando que não temos o áudio da breve conversa do sexteto.
1) O árbitro central não indagou corretamente e não teve tranquilidade diante do árbitro assistente, e não se lembrou do árbitro adicional.
2) O árbitro assistente 1, resoluto, confirmou o gol. Não teve a perspicácia de pensar: será que o último toque pode ter sido do atacante? Vou questionar o árbitro e o adicional.
3) O árbitro adicional deve ter pensado: o problema não é meu! E não foi lembrado pelo árbitro, só pela CA que o mandou para geladeira.
4) Ninguém estava à vontade com ninguém.

Essa atuação me autoriza a dizer que o planejamento do trabalho em equipe foi simplista e que a equipe escalada não se deu conta da importância da partida. Não fosse assim, "perderiam mais tempo" e pensariam melhor para tomar tão importante decisão. Que trouxe um grande transtorno para a arbitragem e o campeonato.

Ilustrei o post com essa ocorrência, primeiro por saber que se trata de um fato isolado. Todos nós podemos cometê-lo no stress do jogo. Segundo, por que se tivessem agido assertivamente, era uma dor de cabeça a menos.

As CA´s investem em palestras, simpósios, livros, orientações, circulares, treinamentos práticos, viagens, recursos financeiros e etc...mas continuarão os erros!  

O problema esta na cultura que envolve o trabalho da equipe de arbitragem. A introdução do árbitro adicional foi um enorme avanço. Parecia ser o marco de uma nova arbitragem, que se abria para o futuro e inovações. Deveria servir para aprimorarmos o trabalho da equipe de arbitragem e desmistificar a figura do poderoso árbitro, que não tem sede, não se machuca, não se cansa, vê tudo, sabe tudo, é responsável por tudo, não tem problemas pessoais, não sente calor, por tudo isso, acha melhor errar sozinho! Tudo isso, logicamente, não é uma regra e existem exceções.

O profissionalismo do futebol, as enormes cifras envolvidas e as coberturas televisivas têm de mexer com a arbitragem. Instigar nossos brios, para buscarmos cada vez mais a excelência e estarmos à altura do meio. Se não vamos continuar levando "cacetadas" de todos os lados.

Trabalho de equipe é cooperação, que só acontece com humildade e coragem. Ou seja , não sou o senhor de tudo, preciso do companheiro! Quero que a equipe vença, ofereço o máximo de mim!

Nesse ambiente, os fatos ocorridos na citada partida poderiam ter ocorrido da seguinte forma: O árbitro central (FIFA) não tomaria uma decisão intempestiva, indagaria ao assistente (FIFA) sua visão do lance e o informaria o que ele viu também. Buscaria, com o mesmo nível de confiança, o adicional (CBF2), esquecido naquele instante, para depois decidir. Agindo assim, mostrariam que a equipe estava uníssona no sucesso do trabalho, compatível com tão importante missão!

Um abraço a todos!




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